Dr. Francisco Fernandes Lopes

O Dr. Francisco Fernando Lopes nasceu, em Olhão, no dia 27 de Outubro de 1884, na casa de família, localizada na rua que hoje tem o seu nome.   Era filho de Francisco Fernandes Lopes e Ana do Rosário Gaspar Lopes.   Depois de ter cumprido a escolaridade mais elementar, frequentou o Liceu de Faro até ao 5ºano, altura em que se dirige para Lisboa para continuar a sua educação. É lá que conhece o famoso médico Francisco Pulido Valente, que sendo seu companheiro de liceu, o influencia na escolha da futura carreira.   A par de tudo isto, já o bichinho da cultura o dominava plenamente: frequentava o Teatro de S. Carlos pelo gosto que tinha pela música, assim como se tornou frequentador assíduo da Biblioteca Nacional de Lisboa.    Era já o gosto pela História! Formou-se em 1911 com a nota de 18 valores, tendo conseguido doutorar-se poucos anos depois de forma brilhante. Esta situação permitiu-lhe ser convidado para assistente da Faculdade de Medicina.   Decide fazer a sua vida em Olhão, virando as costas a muitas oportunidades.   Já na sua terra, foi médico municipal, director do hospital e professor.   Desenvolveu um bom trabalho no domínio dos descobrimentos, da filosofia, do jornalismo e da crítica.   Desenvolveu estudos musicais complexos, estudando as cantigas de St.ª Maria, de Afonso X, o Sábio, precisando para isso estudar canto gregoriano, deslocando-se a Espanha com esse propósito. Francisco Fernandes Lopes
    Tinha uma sede de conhecimento sempre presente, publicou obras, causou polémica e tinha conhecimento de várias línguas. Tinha igualmente bons conhecimentos de teologia. Chegou a ser simpatizante da maçonaria.
    Tinha um enorme amor pela música, organizando serões musicais em Olhão que atraiam vários visitantes de longe, como os maestros Freitas Branco, Ruy Coelho e outros. Chegou a repeti-los em Lisboa com grande sucesso, acompanhados de palestras.   Foi amigo de figuras importantes do seu tempo como Ramada Curto, Mendes Cabeçadas, Ema Romero, Jaime Cortesão, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, António Sérgio e Afonso Lopes Vieira. Colaborou em várias revistas e enciclopédias.   Foi-lhe atribuído um prémio num Concurso Internacional sobre o Infante D. Henrique.
    Teve um casamento feliz que lhe durou toda a vida, tendo sido pai de cinco filhas. Faleceu depois de sua esposa aos 85 anos de idade. Expoente cultural de primeira grandeza, foi o filho de que Olhão talvez mais se orgulha.